A cantora Bea Rodrigues é a mais nova aposta da gravadora MK Music. Ela chegou para relembrar que nem só de high notes se faz um bom artista. Voz densa e cheia de interpretação, a jovem lançou na última quinta-feira, 14 de setembro, seu primeiro single de estreia, uma releitura do já considerado clássico “Raridade”, de Anderson Freire.

“Ah, não. Mais um cover de ‘Raridade’. Já deu”. Se é assim que você pensou, pega na minha mão e deixe-me te conduzir em uma uma reflexão mais profunda que extrapola as paredes deste assunto. Saindo de um formato bem comercial (a versão original) para uma pegada bem diferente, mas com um objetivo muito claro, essa faixa “reimaginada” pode ser mais que um novo lançamento.

Oi, eu sou Karlos Aires e você está lendo o meu primeiro artigo de opinião aqui no Portal Mix Gospel. Fique à vontade. Te convido a ler até o final para uma experiência completa.

Pra quem é essa música?

Bom, se você chegou na casa dos 30, talvez ouça esse single e não se identifique tanto. Se você não ouviu, o clipe está no final deste artigo. Dá uma conferida e volta aqui pra eu te contar mais sobre o que achei, tá?

O alvo são os adolescentes

É uma música teen! Sim, ela tem um foco, o público adolescente, que hoje configura como maioria no consumo de música nas plataformas digitais. Quem diz isso é o próprio Spotify. Em uma pesquisa feita em 2018, foi apresentado que 70% do consumo de música na plataforma é realizado por jovens entre 15 e 24 anos.

Levando em consideração a sonoridade de “Raridade” na voz de Bea Rodrigues, entendo que, por mais que nós, que trintamos, podemos achar um single morno (não foi o meu caso), mas para o público-alvo ele chega dentro do que está sendo proposto para a novíssima geração. Um vocal quente, aveludado, com arranjos ricos e muito bem desenvolvidos para esta música. Vale ressaltar que o Victor Pradella assina guitarra e dobro.

Filha da Ezenete!

Sim, a Bea Rodrigues é filha da Ezenete Rodrigues, conhecida por suas orações fervorosas nos DVDs do Diante do Trono e claro, por ser a líder do ministério de intercessão da Igreja Batista de Lagoinha, em Belo Horizonte. Agora, aqui vai o rapport que foi lançado para mim ao ver o clipe. A pastora aparece no meio da canção trazendo questionamentos profundos.

O que combina perfeitamente com a experiência sonora que é oferecida nesta versão de “Raridade”. Bea Rodrigues “entrega o microfone” pra mãe pregar e falar de frente com os adolescentes: “Quem disse que você não tem valor? Quem disse que você vai dar nada na vida?” Eu não sei vocês, mas foi nessa hora que a música se tornou um momento de reflexão pra mim.

Eu não sou mais um adolescente, não sei quais os dilemas dessa novíssima geração, mas posso mensurar que essas pautas se conectam diretamente com os conflitos internos de qualquer um que deu adeus à infância e começou a desbravar caminhos bem mais difíceis. Aqui, Ezenete acerta mais uma vez e toca fundo na alma.

Eu dei uma chance e valeu a pena!

Quando ouvi, a convite do próprio Alex Passos, que assina a direção geral do clipe, ouvi com a mente aberta, mesmo sabendo que ele não se mete em trabalho ruim. Já sabia que algo de bom viria pela frente. Sim, li opiniões divergentes de outros colegas de profissão, que inclusive trabalham com produção musical, mas aqui sustento a ideia de que é importante estarmos de mente aberta para o novo, mesmo que ele ainda chegue estranho para nós.

Eu dei uma chance e valeu a pena. Agora, aqui vai um segredo só nosso e espero que fique só entre nós (ou não). Bea Rodrigues irá lançar outras três releituras antes de apostar em suas canções autorais. E muito provavelmente, uma delas será um grande clássico do Diante do Trono. Mas, aqui vai uma última reflexão: o que esperar de uma composição feita pela filha da Ezenete Rodrigues?

Vamos dialogar?

Eu vou ficando por aqui, mas… Eu estou muito afim de trocar uma ideia com vocês. Então, vou deixar por alguns dias um post fixado no nosso Instagram e te convido a dialogar comigo. O Portal Mix Gospel nunca foi um espaço de monólogos, mas um lugar democrático, aberto para uma troca de prismas. Se você chegou até aqui, saiba que tens minha grande consideração. A gente se encontra em um próximo artigo de opinião. Saudações musicais!

Por Karlos Aires (editor-chefe do Portal Mix Gospel)