A cantora Roseli Cavalcanty, integrante do duo gospel Família Cavalcanty, tem um dos testemunhos mais impactantes do cenário cristão atual. Em entrevista para o programa Pode Falar, apresentado pela jornalista Cláudia Mattos e transmitido pela Rede Agathos, ela contou em detalhes sua trajetória de dor, livramento e transformação — uma história que vai da dependência química e de um relacionamento abusivo até um milagre reconhecido como uma verdadeira intervenção divina.

A infância na fé e o afastamento precoce

Criada em um lar cristão e batizada aos 12 anos, Roseli foi ensinada pela mãe, dona Josefa, a seguir os caminhos do Senhor. Participava ativamente das atividades da igreja, como grupos de crianças e coreografia, até que, aos 13 anos, as pressões e o bullying escolar começaram a afetar sua autoestima.

“Eu só podia ir de saia para a escola e as meninas zombavam de mim. Aquilo me fez querer ser aceita pelo mundo”, contou Roseli.

Foi nessa fase que ela se afastou da igreja e conheceu um rapaz com quem se envolveria por sete anos. O relacionamento, que começou como um refúgio emocional, rapidamente se tornou o início de um ciclo de dor, drogas e violência.

Envolvimento com as drogas e o relacionamento abusivo

Aos 13 anos, Roseli começou a usar drogas como maconha, cocaína e crack. “Um abismo foi chamando outro. Fui me afundando cada vez mais”, relatou. Durante esse período, ela viveu um relacionamento marcado por traições e agressões.
Mesmo afastada da fé, as orações da mãe não cessaram. “Enquanto eu me perdia, minha mãe estava de joelhos dobrados. Hoje sei que aquelas orações me mantiveram viva”, afirma.

Com o tempo, Roseli passou a sentir o peso da destruição emocional e espiritual. Aos 19 anos, decidiu encerrar o relacionamento e tentar recomeçar. Mas a separação seria o gatilho para um dos episódios mais dramáticos de sua vida.

O livramento: o dia em que o tambor do revólver travou

Inconformado com o fim do relacionamento, o ex-companheiro de Roseli planejou assassiná-la. Ela relata que, na véspera, sua mãe recebeu uma revelação divina: “Deus mostrou a ela que havia um sentimento de morte no coração dele, e que era para orar, porque Ele não deixaria o inimigo ceifar minha vida.”

Três dias depois, Roseli foi surpreendida. “Ele me arrancou de dentro de um salão e começou a me arrastar morro acima, dizendo que ia me matar. Quando chegamos no alto, ele apontou o revólver e atirou.”

A bala de calibre .38 atingiu sua cabeça, mas, milagrosamente, não causou lesão fatal. “Ele rodou o tambor várias vezes e apertava o gatilho, mas o revólver travou. Tambor de 38 não trava, mas quando Jesus quer, até o tambor do 38 tem que travar”, declarou emocionada.

Ferida e sangrando, Roseli foi socorrida por um pastor que insistiu em levá-la ao hospital. Lá, o que seria uma tragédia se transformou em culto de adoração. “A enfermeira era pastora, o homem do raio-X era missionário... aquele hospital virou um ambiente de milagre”, lembrou.

Durante o exame, veio a confirmação do sobrenatural: a bala havia entrado e saído pela cabeça sem atingir o cérebro. “O missionário levantou o raio-X e disse: ‘Jesus entrou nessa sala. Essa menina foi operada por Deus.’”

O recomeço com Cristo

Após o milagre, Roseli entregou sua vida novamente a Jesus. “Eu aceitei Jesus ali, ainda no hospital. Entendi que Deus não me marcou para morte, mas para testemunhar o Seu poder.”
Desde então, já se passaram 18 anos de caminhada firme na fé. Roseli conta que, ao voltar para a igreja, enfrentou rejeições e julgamentos, mas se manteve fiel. “Muita gente duvidava que eu ficaria firme, mas quem me escolheu foi Deus, e Ele me garantiu vitória.”

Ela também recorda como foi acolhida e discipulada por mulheres que a ajudaram a recomeçar. “Uma irmã me corrigia com amor e até comprava roupas para mim. Isso é evangelho — acolher, ensinar e amar”, afirmou.

Ministério, família e propósito

Hoje, ao lado do marido, o também cantor Renato Cavalcanty, Roseli integra o duo Família Cavalcanty, que leva a mensagem de restauração por meio da música e de testemunhos em igrejas e eventos pelo Brasil.

“Eu sou um testemunho vivo daquilo que minha mãe começou. Ela foi recolhida há 10 anos, mas deixou uma missão que continuo com alegria: levar o amor de Deus aos que se sentem perdidos.”

A história de Roseli Cavalcanty é mais do que um relato de superação — é uma prova de que nenhuma vida está fora do alcance da graça. De uma juventude marcada pelas drogas a um ministério de louvor e libertação, sua trajetória é um lembrete de que Deus transforma dor em propósito e cicatrizes em testemunho. Confira o testemunho completo no canal oficial da Rede Agathos.