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Banda Catedral nunca foi aceita? Júlio Cezar expõe preconceito no gospel e no mercado popular
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O baixista e cofundador da banda Catedral, Julio Dezar Motta. Foto: Reprodução/YouTube.

O baixista e cofundador da banda Catedral, Julio Dezar Motta. Foto: Reprodução/YouTube.

O baixista e cofundador da banda Catedral, Júlio Cezar Motta, abordou um tema recorrente na trajetória do grupo: a dificuldade de ser compreendido tanto no meio gospel quanto no cenário da música popular. Durante entrevista ao podcast Starling Cast, apresentado por Mateus Starling, Julio explicou como a banda sempre transitou entre esses dois universos, enfrentando desafios e interpretações divergentes sobre seu propósito artístico.

Ao longo da conversa, Júlio relembrou a chegada da banda Catedral à MTV e ao circuito mainstream na época em que assinaram com a gravadora Warner. O sucesso de músicas como "Uma Canção de Amor Para Você" e "Eu Amo Mais Você" consolidou a banda no mercado popular, mas também trouxe questionamentos sobre sua identidade.

“Para o mercado gospel, as pessoas sempre acharam que a gente era muito popular. E para o mercado popular, o pensamento era ‘esses caras vieram do gospel’. Então, ficamos sempre nesse limbo”, explicou Júlio.

O músico destacou que, enquanto no meio cristão a banda era vista como "popular demais", no circuito secular enfrentavam olhares desconfiados por terem origem no gospel. Essa situação fez com que muitos questionassem a autenticidade da banda e até levantassem teorias sobre um suposto uso estratégico do mercado gospel como trampolim para o sucesso.

"Nunca houve isso. Desde o início queríamos ser uma banda artística. A gente começou dentro do mercado gospel, mas sempre fizemos nosso show cantando o que acreditamos", afirmou.

A musicalidade e a mensagem do Catedral

Outro ponto abordado foi a forma como a banda Catedral sempre trabalhou a sua linguagem musical e poética. Segundo Júlio, as letras do grupo sempre foram subjetivas e abertas a interpretações diversas, algo que gerou resistência em algumas pessoas dentro do meio cristão.

"A gente canta sobre amor, e as letras permitem leituras diferentes. A música ‘Amor Verdadeiro’, por exemplo, pode ser cantada tanto para uma pessoa amada quanto dentro de uma igreja. Essa é a nossa identidade", disse o baixista.

Ele também reforçou que a banda nunca deixou de abordar temas espirituais, mencionando sucessos como "Chame a Deus", que se tornou um grande hit e traz uma mensagem direta sobre a fé.

"Deus é popular. Algumas pessoas têm problema com isso, mas nós nunca tivemos", afirmou.

A evolução artística e o julgamento do público

Outro aspecto interessante discutido foi a evolução musical da banda e a forma como o público reage a isso. Júlio explicou que, ao longo dos anos, o som do Catedral se sofisticou e ganhou novas camadas, mas nem todos os ouvintes acompanharam essa transformação.

"Sempre vai ter alguém dizendo ‘o melhor álbum de vocês foi aquele de anos atrás’. Mas, muitas vezes, essa pessoa não evoluiu musicalmente como nós. A música tem esse poder nostálgico, ela é uma máquina do tempo", refletiu.

Júlio também revelou que encara com tranquilidade quando um fã diz que prefere uma canção mais antiga da banda.

"Quando alguém me diz ‘a melhor música do Catedral é aquela de 1990 e pouco’, eu agradeço. Sinal de que essa pessoa gosta do que fizemos. Não me provoca", brincou.

O legado da banda Catedral

Com mais de três décadas de carreira, a banda Catedral continua sendo um dos nomes mais emblemáticos da música nacional, transitando entre o gospel e o pop rock. A fala de Júlio Cezar Motta no Starling Cast reforça que a banda nunca se prendeu a rótulos, mas sempre buscou ser fiel à sua essência artística.

Apesar dos desafios de ser compreendido plenamente por todos os públicos, o Catedral segue sua trajetória consolidada, com um legado que ultrapassa barreiras e se mantém relevante para diferentes gerações de ouvintes.

 

Por Karlos Aires

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